terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Debaixo de alguma coisa


Jogado ao chão
Com suas complicações
Ai coitado do coração...
Foi ali na rua que te vi

Pobre, mendigo, triste, bêbado
Solitário, tanta sujeira, tão sem aparência de alegria
Dessa vez eu parei para te olhar, fui bem fundo

Ali debaixo do casaco, ou dos panos, não sei bem
Quem sabe o papelão
La estava, o mendigo, com seu coração na mão


Nunca imaginei alguém assim, largada no chão
Com as mãos sujas, imundas de culpa
O rosto negro de fumaça
Que denuncia sua morada o viaduto

Coração lá estava, lutando para bater
Mesmo cheio de sujeira, bactérias, tudo de pior
Coração se mantinha firme
Tentando

Deu dó, muita dó, coitado dele
Lutando para  conseguir sobreviver
Voltar ao corpo do pobre mendigo, ou seja lá o que ele era
Só sei que estava ali, com o coração na mão
Sujo, desprezado, aquele que eu não queria nem olhar


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Coração


Tem dias que o coração para
Depois dispara
Só um oi, faz ele ir nas alturas

Depois ele e picotado
Feito em pedaços mal cortados
Daqueles feios de se ver

O coração para, depois dispara
Encontra, então desencontra
Como ele sofre

Já falei, recitei poemas
Li textos, blogs, indicação médica
Coração sabe, ele sabe que pode ficar bem

Mas e teimoso, ele quer agora
Só precisa ser junto, não e difícil
Se recuperar dos danos

Agora esta assim
As vezes se derrete com o olhar
Depois desencanta no silencio

Quando ele parar, ele só precisa de um movimento
Da existência do alvo para novamente bater
Coração esta assim, sangrando, depois anima

Ainda bem, que vocês estão aqui
Benditas lágrimas de saudade,
Essas sim, mantém o sangue entre os pedaços

Vai e vem, para e voltar
Coração assim anda
Mantém os dias
Distante de si, pois ele mora longe
Coração está distante do peito

Quem esta com ele, cuida com carinho
Não machuca, pois ele demora para sarar
São dias, longos dias, falta luz
Falta ar, nem mesmo a paz esta

Coração esta assim,
Em pequenos pedaços
Ligado por lagrimas

Mas tem cura
A cura e você...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Brinquedo

Para onde foram todos os dias?
Onde estão as minhas estrelas?

Levaram meu lego
Meu brinquedo que nunca tive

Somente sonhei com ele
Hoje acordei sentindo falta

Falta dos momentos de não ter
Da essência encarnada em mim

Onde esta meu rádio
Meu toca fitas?

Toda mera tristeza que me formou
Toda angustia que me trouxe até quem sou?

Bem, o lego esta lá,
Nunca tive, talvez não terei

Porque não quero?
Por que não posso?
Por quê é impossível?
Porquê é inacessível?

Nada disso
E simples, fácil, pratico e rápido de concluir

Eu cresci
Não preciso mais.

Assim


Gotas do suor
Transpiração
Lágrimas

Não tem como esconder
Essa vontade de amar
Ser além do que deveria ser
Dizer ao máximo as palavras de conquista

Tentando não transparecer
Mesmo não elevando
Mesmo nunca cedendo
Cedendo a não demostrar

Ah, se por um dia pudesse
Conseguisse
Fosse natural
Simplesmente não dizer

Se fosse fácil.
Não e fácil.
Mesmo tentando
Marcando horas de começar

Ser assim,
Viver assim
Sempre dizer sim

Sofrendo, amando
Cedendo, falando
Expressando
Sendo um “assim“

Ser feliz assim
E seguir
Sendo o que e melhor pra ser
”mesmo que as vezes
Mesmo que quase sempre
Pense em não fazer tudo”

Amar
Declarar
Falar
Expressar
Você “assim” eu “assim”

sábado, 22 de outubro de 2011

Onde ir.


Hoje estive no vaso sanitário
Na maior impressão do mundo
Foi umas daquelas tardes que mais parecem outra vida

Levei tempo para cair na real
Parecia exatamente quem pensava ser
Era totalmente farto de agonia

A pressão estava grande
A aflição batia e martelava a alma sem massa pra sentir dor
Martelava, batia, amassava, mesmo sem massa, sem corpo

Machucou profundamente
Meticulosamente, muito planejado
Parecia que os pontos de dor foram estudados

O martelo, batia
E pelo vaso sanitário
Eu ia...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Seco e amor

Hoje nesse restinho
Na chuva do cerrado
Na floresta inversa
Tive um pequeno orgulho

Da cidade natal
Da seca
Das oportunidades
Da felicidade que sempre aqui tive

Cidade seca
Pessoas frias
Colares de orgulho
Peso do céu esplendoroso que tira o fôlego
Céu que lembra o mar

Hoje  no fim do dia
Meu amor me ligou
Aqui já não e tão seco
É um sonho

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como nossos pais...

Corruptos nos somos
Todos nos, a nação
Que se entrega, se joga com força
Desce na garrafa, dança o creu e comemora

Miseráveis que somos
Colocamos no dinheiro nosso maior bem

Enquanto tiro do câncer o alimento
Desço goela a baixo do que nas calcas faz
Tiro sua simples proteção
Degrado os sentidos

Pela manhã o açúcar falta
À noite, o miserável medo do osso se desfaz
Levo assim, penso assim, junto comigo, todos nos
Miseráveis, filhos dos hipócritas

Como pensar em si,
Meu carro importado à custa do seu enterro
Seu jatinho em cima do cadáver da mãe, do pai, do irmão, do primo
Esse e o orgulho que carregamos

Enquanto no Ceub vou, no Pier sou melhor
Calco nos pés o sangue, a miséria
O desrespeito, a indignidade

Tirando o direito de ser feliz
Dos milhares, infelizes do meu povo
Tiro com prazer, pelo meu prazer
Confundo assim, minha voz, que não e minha
Digo quem não sou

Assim nos identificamos
Com nos mesmos, comportamentos indiscretos
Veemência , veemência
Passe, filho da puta
Passe, pois a puta que você tirou a vida
Essa mesmo amanha será sua filha

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia de cair na real

Hoje e um daqueles dias
Que o coração arde de sentimento
Olha a realidade, reflete e enxerga
Os problemas, a vida, a paz

Esse caminho conturbado de desilusões e estragos
Nesse caminho e leito de dor
Onde sempre esta, e o destino
Não se pode retornar, não existem alternativas

Esse e um daqueles dias
Que abri a janela e olhei dentro do quarto
Olhei no espelho e vi ao redor.

sábado, 8 de outubro de 2011

Deixando e levando


Ontem a tarde naquele asfalto
Deixei um pedaço
Recolhi de mim o que não queria ter deixado
Porém ingratamente fique sabendo da recompensa

Sendo assim, lá se vai outro tanto
Deixando outro bocado de nada, no meio da serra
Conquistando assim, a virtude em ajudar

Nesse sistema de recompensa
De trocas, conquistas e economias
Prefiro assim, seguir sem deixar o resto para trás
Carregando todo o pouco, e em muito levando

Pouco ou muito, carrego, levo, não deixo para trás
Peso, peso, peso

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Desabafo

Hoje resolvi fazer um desabafo
Sincero, portanto irreversível
Aqueles que o coração esta em um estado
Não muda para outro
Continua sempre pela estrada de areia rumo ao raro espelho

Desses tempos para o agora, fui andando
Pelas vertentes do inusitado
Do complexo

Então hoje, quero dizer para o sol
Sim para você mesmo, constante quase sempre vejo
Reflito no seu conclusivo estado de alegria eterna

“tenho que dizer que estou aqui, aflito
Medo de olhar para a lua
Medo do escuro, da tristeza que existia
Na verdade não tenho tanto apreço por você
Infelizmente, sigo me protegendo dos seus raios
Controlo sua visita para mais tarde,
Deixo meu ser na reserva para mais alem de hoje
Por que? Sol não me pergunte, na verdade eu não sei
Mas saiba disso tudo, evite não me buscar”
10 segundos depois (orgulhoso de ser metamorfose ambulante)
“sol eu te amo, te quero, venha me encontrar
Na verdade o medo esta em saber que mesmo de óculos escuros
Com protetor solar, você esta como meu guia de caminhos e descaminhos”

Pronto desabafei.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Caminho

Vou assim roubando pedaços
Deixando coisas ao redor das minhas pegadas
Relacionando o ontem, onde o hoje seria melhor

Perco em um olhar a inocência
Travo brigas com seus mesquinhos sentidos
Vou assim ,refazendo os pedaços

Deixando tantos outros, 
Muitas estrelas, virtudes, amores
Drogas, invejas e mentiras

Caminho mesmo sabendo que serei feliz
Relutando pelas inspirações
que um dia deixarei a cegueira

Perfurando a destino
Arrancando questionamentos
E deixando poucas respostas

Seguindo
Voando
Sempre no mesmo lugar

terça-feira, 12 de julho de 2011

Menino cabeçudo


menino estranho
da cabeça grande, nariz estranho, cabeça grande e chata
da bermuda rasgada, das palavras obscenas
menino chato, passou a cerca

ficou preso, no chocolate amargo
cortou-se sem mesmo querer
somete o doce foi buscar
a menino malino

pensou depois de adoçado e amargado
"retalho o papai e mamãe, machuco eles também"
menino de onde pensas assim?
sem camisa não pode responder

menino precisa de camisa para entender
o sentido do retalho de papai e mamãe
diante deles menino teme, os respeita
os ama com um coração grato e apaixonado

depois de amargado e adoçado encontrou a vovó
a vovó destrambelhada que sempre andava pelas bandas
lá pelos currais dos inevitáveis e doces amigos
no roteiro de quem não tinha caminho para onde ir

vovó não o denunciava mas o amava
ele a amava, mas vovó viu amargo e doce no menino cabeçudo
vovó olhou e lambeu um pouco do doce
com seu chalé de palha tentou desamargar o menino

todos amados do menino malino
mamãe, papai e vovó
mas vovó lambe o doce, retira o amargo
vovó vive lá no caminho dos sem destino

isso pesa na cabeça chata do menino do nariz grande
porém ele e feliz, mamãe e papai amam
vovó ama e compreende sempre
acompanha o doce, ajuda no amargo assim como papai
como mamãe também, mas vovó esta no caminho
dos sem caminho

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Poste da avó

Vou publicar ali no poste
Com uma flecha no olho
Os fatores determinantes do tédio

Chefia de mortos vivos

Prefiro não publicar na escada
E preciso descer de elevador
Suportando a dor
Da decisão de permanecer

Vamos destruir os postes da carroceria
Cavalo amigo, forçado
Convidamos você
Mesmo sem flecha no olho
Esse argueiro pode ter mais força junto ao poste

Luz cobrada dos todos viventes e cidadões
Parafernália que nos mantém andando na noite
Poste que reflete essa conjunção
Desconjunta meus tornozelos

Encontro às 19 horas, em frente a casa da avó
Doces, balas é pudim de graça

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Construção do sonho

A evolução dos sentidos
Na complexidade do dia de poucos
No inferninho armado pela realidade

No buraco faceado pela tristeza
Na realeza que posso ainda buscar
Nessa angústia constante

Parece masoquismo
E a realidade
Destes sofredores pela aparência
Mesmo que sem verdade nenhuma
Poucas palavras

Segue assim
Morre assim
Todos os dias a realidade

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Repouso

Esse pequeno momento me faz ver
Uma grande coisa
A galáxia que criei ao meu redor
Nos poucos momentos que pensei
Nas retóricas automáticas que tive

Neste pouco espaço,
Grande contribuição
Nas descargas infelizes dos inimigos
Os imbecis que encontrei por ai, a torta e a direita
Tudo levou
Tudo foi
Tudo se fez

Neste poucos estados que quis
Ao contrario dos sonhos e dos ideais
Neste chão desigual
Na pedra do choro instalada em minha cama
Neste recanto de solidão
Na conflituosa vida de maus tratos

Hoje no pequeno espaço
Cabe esse grande mundo que sou
Essa vida, como outra vida
Nada muito diferente, mais um dos bilhões
Porém, mais um que está sendo feliz
Até quando, só Deus sabe
Porque, nem eu sei
Cama de cimento, coberta com cerâmica
Morte constante.

Vazios criadores de peso


Viemos todos de lá
Do fundo da madrugada
Obscura

Cheia dos medos
No momento do sono de quase total
Na esquina do mal encontro
Do cheiro da humidade
Espalhado no mar da ênfase em ser triste
No escuro momento,

Todos vãos de retirada para o desejo
Sentindo na pele a vontade de retornoar
Mesmo com as vazias decisões de prosseguir

Variando o momento
Poucas horas para sair com mais felicidade
Tentam alguns, conseguem outros
Necessidade de  criar a massa a ser dispensada
A vacina dos mortais capitalistas
Que levam a vadia vida de muitos
No peso, no peito, na morte da maioria

Vá carregar seus fardo mortos
Deixem florescer a esperança
Descarreguem seu ódio em si

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pesca da alma


Quando os olhos se abrem
Mesmo na  distância do medo
Encontra o simples fato de superação

Tem complexos momentos de vida
Momentos vagos, podem ser completos
Essa didática cansa a alma

Quando ao redor do lago
No meio do barco
Leve o peixe para fora

Não deixe o sol acabar
Fervido precisa ser
Não morra a declaração 

Canto

Estou indo bem ali
No cantinho da vida
No renascer das árvores
No florescer dos encantos

Preciso ir rápido
Volto logo amigo
Deixo o endereço do trem
Esta em suas mãos

Deixando o vestígio da fuga
Reforçando a dor da partida
Recriando no lar a morte
Frustrando o calcanhar dos idosos

Cantinho da alegria
Singelo lugar
Barato, fácil
Meu

terça-feira, 21 de junho de 2011

Destruição total

Proporcionar um novo caminho
Realizar a liberdade tão sonhada
Escrever com poucos pontos de lágrimas
Renascer na vida entre a beleza de existir

Comum a todos
Expressão dos sensatos malucos diários
Voltando pelos caminhos tortos
Mesmo sem saída

Desgaste
Medo colossal
Destruição

domingo, 5 de junho de 2011

Caminhos



Andei pensando que por ali seria o errado
Voltei e corri para meus informantes
Os voltados ao senso geral da mente

Porém, encontrei a resposta que no voltar estava o erro
Desesperadamente volto ao primeiro caminho,
Mas ao chegar ele já não mais existia

Sem alternativas fui em frente,
Dúvidas, idéias, filosofias, afirmações
Lá foi o desespero que encontrei

Cabelos arrancados, lá estava tudo errado
De acordo com a barsa
O momento foi recorrer a família

Pela estrada da família, disseram estar errado
Meu avô me disse, errado, pai disse certo
Irmão já tinha ido embora de lá

Sobrou descer para o consolo da religião
Não encaixou o desespero só aumentou
Descendo, correndo, encontrando, sucumbindo

Outro falho caminho
O quase 100% certo
Não foi exato

Caminho agora para um dos quase 1 milhão de caminhos
Passam dúvidas, sigo para frente, corto caminho para o lado
Como está no inicio, e fácil pular o inicio de um

Felicidade do inicio do caminho ser o mesmo para todos outros
Com um ponto, saem vário e milhares de caminhos, mas o chato aparece
Se andar muito não da pra pular, tem que voltar ao inicio

Começar novamente
Retendo conceitos lerdos
Conhecendo a mente fraca

Lendo as estrelas, hoje fiquei sabendo
Posso voar entre vários caminhos
A visão e linda, algo inacreditável

Todos sobrevoando os caminhos, descendo
Não precisa voltar por vezes
Basta mudar o canal da vida

Quanta beleza no dia de hoje
Poucas fraquezas
Muita exatidão
Sobrou agora só a incerteza

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Seguindo

Vou assim roubando pedaços
deixando coisas ao redor das minhas pegadas
relacionando o ontem, onde o hoje seria melhor

Perco em um olhar a inocência
trava brigas com seus mesquinhos sentidos
vou assim ,refazendo os pedaços

deixando tantos outros, 
muitas estrelas, virtudes, amores
drogas, invejas e mentiras

caminho mesmo sabendo que serei feliz
relutando pelas inspirações
que um dia deixarei a cegueira

perfurando a destino
arrancando questionamentos
e deixando poucas respostas

seguindo
voando
sempre no mesmo lugar