quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Brinquedo

Para onde foram todos os dias?
Onde estão as minhas estrelas?

Levaram meu lego
Meu brinquedo que nunca tive

Somente sonhei com ele
Hoje acordei sentindo falta

Falta dos momentos de não ter
Da essência encarnada em mim

Onde esta meu rádio
Meu toca fitas?

Toda mera tristeza que me formou
Toda angustia que me trouxe até quem sou?

Bem, o lego esta lá,
Nunca tive, talvez não terei

Porque não quero?
Por que não posso?
Por quê é impossível?
Porquê é inacessível?

Nada disso
E simples, fácil, pratico e rápido de concluir

Eu cresci
Não preciso mais.

Assim


Gotas do suor
Transpiração
Lágrimas

Não tem como esconder
Essa vontade de amar
Ser além do que deveria ser
Dizer ao máximo as palavras de conquista

Tentando não transparecer
Mesmo não elevando
Mesmo nunca cedendo
Cedendo a não demostrar

Ah, se por um dia pudesse
Conseguisse
Fosse natural
Simplesmente não dizer

Se fosse fácil.
Não e fácil.
Mesmo tentando
Marcando horas de começar

Ser assim,
Viver assim
Sempre dizer sim

Sofrendo, amando
Cedendo, falando
Expressando
Sendo um “assim“

Ser feliz assim
E seguir
Sendo o que e melhor pra ser
”mesmo que as vezes
Mesmo que quase sempre
Pense em não fazer tudo”

Amar
Declarar
Falar
Expressar
Você “assim” eu “assim”

sábado, 22 de outubro de 2011

Onde ir.


Hoje estive no vaso sanitário
Na maior impressão do mundo
Foi umas daquelas tardes que mais parecem outra vida

Levei tempo para cair na real
Parecia exatamente quem pensava ser
Era totalmente farto de agonia

A pressão estava grande
A aflição batia e martelava a alma sem massa pra sentir dor
Martelava, batia, amassava, mesmo sem massa, sem corpo

Machucou profundamente
Meticulosamente, muito planejado
Parecia que os pontos de dor foram estudados

O martelo, batia
E pelo vaso sanitário
Eu ia...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Seco e amor

Hoje nesse restinho
Na chuva do cerrado
Na floresta inversa
Tive um pequeno orgulho

Da cidade natal
Da seca
Das oportunidades
Da felicidade que sempre aqui tive

Cidade seca
Pessoas frias
Colares de orgulho
Peso do céu esplendoroso que tira o fôlego
Céu que lembra o mar

Hoje  no fim do dia
Meu amor me ligou
Aqui já não e tão seco
É um sonho

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como nossos pais...

Corruptos nos somos
Todos nos, a nação
Que se entrega, se joga com força
Desce na garrafa, dança o creu e comemora

Miseráveis que somos
Colocamos no dinheiro nosso maior bem

Enquanto tiro do câncer o alimento
Desço goela a baixo do que nas calcas faz
Tiro sua simples proteção
Degrado os sentidos

Pela manhã o açúcar falta
À noite, o miserável medo do osso se desfaz
Levo assim, penso assim, junto comigo, todos nos
Miseráveis, filhos dos hipócritas

Como pensar em si,
Meu carro importado à custa do seu enterro
Seu jatinho em cima do cadáver da mãe, do pai, do irmão, do primo
Esse e o orgulho que carregamos

Enquanto no Ceub vou, no Pier sou melhor
Calco nos pés o sangue, a miséria
O desrespeito, a indignidade

Tirando o direito de ser feliz
Dos milhares, infelizes do meu povo
Tiro com prazer, pelo meu prazer
Confundo assim, minha voz, que não e minha
Digo quem não sou

Assim nos identificamos
Com nos mesmos, comportamentos indiscretos
Veemência , veemência
Passe, filho da puta
Passe, pois a puta que você tirou a vida
Essa mesmo amanha será sua filha

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia de cair na real

Hoje e um daqueles dias
Que o coração arde de sentimento
Olha a realidade, reflete e enxerga
Os problemas, a vida, a paz

Esse caminho conturbado de desilusões e estragos
Nesse caminho e leito de dor
Onde sempre esta, e o destino
Não se pode retornar, não existem alternativas

Esse e um daqueles dias
Que abri a janela e olhei dentro do quarto
Olhei no espelho e vi ao redor.

sábado, 8 de outubro de 2011

Deixando e levando


Ontem a tarde naquele asfalto
Deixei um pedaço
Recolhi de mim o que não queria ter deixado
Porém ingratamente fique sabendo da recompensa

Sendo assim, lá se vai outro tanto
Deixando outro bocado de nada, no meio da serra
Conquistando assim, a virtude em ajudar

Nesse sistema de recompensa
De trocas, conquistas e economias
Prefiro assim, seguir sem deixar o resto para trás
Carregando todo o pouco, e em muito levando

Pouco ou muito, carrego, levo, não deixo para trás
Peso, peso, peso