terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Debaixo de alguma coisa


Jogado ao chão
Com suas complicações
Ai coitado do coração...
Foi ali na rua que te vi

Pobre, mendigo, triste, bêbado
Solitário, tanta sujeira, tão sem aparência de alegria
Dessa vez eu parei para te olhar, fui bem fundo

Ali debaixo do casaco, ou dos panos, não sei bem
Quem sabe o papelão
La estava, o mendigo, com seu coração na mão


Nunca imaginei alguém assim, largada no chão
Com as mãos sujas, imundas de culpa
O rosto negro de fumaça
Que denuncia sua morada o viaduto

Coração lá estava, lutando para bater
Mesmo cheio de sujeira, bactérias, tudo de pior
Coração se mantinha firme
Tentando

Deu dó, muita dó, coitado dele
Lutando para  conseguir sobreviver
Voltar ao corpo do pobre mendigo, ou seja lá o que ele era
Só sei que estava ali, com o coração na mão
Sujo, desprezado, aquele que eu não queria nem olhar


Um comentário:

  1. Interessante sua explanação. Estamos de fato, tratando de um mendigo ou de uma sociedade? Reflexivo.

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